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segunda-feira, 9 de abril de 2018

Artigo publicado na Revista Veredas da História: O funcionamento econômico da Igreja Copta nos estágios iniciais do Egito islâmico (séculos VII a X)


Foi publicado um artigo de minha autoria na edição de dezembro de 2017 (v. 10, n. 2) da revista eletrônica Veredas da História, no âmbito do dossiê Pensando e agindo em nome da Igreja, organizado pelos professores Leandro Duarte Rust (PPGHIS/UFMT) e Gabriel Castanho (PPGHIS/UFRJ). O periódico encontra-se vinculada ao Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (DCJS/UFRRJ) e tem como objetivo publicar artigos, resenhas, textos e documentos, frutos de pesquisas desenvolvidas por alunos e professores, trabalhos que possam dialogar com as mais diversas ciências, fomentando, através da sua interdisciplinaridade, e a criação de um espaço para discussão e debate acadêmico promissor, originando assim pensamentos transformadores e criativos. Em meu paper, partindo de uma leitura da História do Patriarcado Copta de Alexandria, uma crônica oficial desta instituição, procurei reconstituir como se deram as relações entre religião e economia, entre cristãos e muçulmanos, desde a conquista do Vale do Nilo pelos árabes, em 641, até as vésperas da tomada da região pelos fatímidas, em 969. O objetivo mais geral do escrito é fornecer modesta contribuição a uma futura história comparada da administração eclesiástica na Antiguidade Tardia e no Medievo. Trata-se tal texto de um produto de minha pesquisa de doutorado, um apêndice do projeto de pesquisa agora renomeado como As interações cristão-muçulmanas no Egito a partir da História do Patriarcado Copta de Alexandria (639-1146), no qual venho trabalhando, na condição de aluno do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Rio de Janeiro (PPGH/UERJ), desde o início desde 2015.

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Título: O funcionamento econômico da Igreja Copta nos estágios iniciais do Egito islâmico (séculos VII a X)

Resumo: Partindo de uma leitura da História do Patriarcado Copta de Alexandria, crônica oficial desta instituição, este trabalho tem por objetivo reconstituir, de forma sinóptica, o funcionamento econômico da Igreja Copta nos estágios iniciais do Egito islâmico – ou seja, desde a conquista do Vale do Nilo pelos árabes, em 641, até as vésperas da tomada da região pelos fatímidas, em 969. No âmbito de tal reconstituição, deu-se especial atenção às assimétricas interações econômicas entre o governo islâmico e a comunidade cristã egípcia, e às estratégias de arrecadação praticadas pelos diferentes tipos de profissionais vinculados à Igreja Copta – tais como monges, bispos, clérigos casados e patriarcas. Espera-se que o texto contribua para a elaboração de uma futura história comparada da administração eclesiástica na Antiguidade Tardia e no Medievo.

Formato: online (disponível em https://tinyurl.com/ybn5gmly)

Investimento: acesso aberto

domingo, 1 de outubro de 2017

Artigo publicado na Revista Espacialidades: O fechamento do horizonte índico da Igreja Ortodoxa Copta: o caso do "sacerdote do povo das Índias" na corte do Papa Simão de Alexandria (689-701)


Foi publicado um artigo de minha autoridade na edição de 2017 da Espacialidades, revista eletrônica dos discentes do Mestrado em História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGH/UFRN). O periódico é publicado anualmente, e vincula-se à área de concentração em História e Espaços do referido programa de pós-graduação. Sua proposta é dialogar com as diversas áreas do conhecimento em que o espaço é utilizado como categoria de análise e compreensão das ações humanos, de modo a contribuir para uma reavaliação (e descarte) das prerrogativas teóricas (ainda comuns) que consideram o espaço não o objeto de uma produção sociocultural, mas apenas uma espécie de cenário onde a história humana se desenrola. Meu paper abre o dossiê do atual volume, cujo tema é A rejeição do outro: espaços de não reconhecimento nas relações de alteridade (disponível na íntegra para download em https://tinyurl.com/y8wszbzs). Partindo do episódio da chegada ao Egito politicamente dominado pelo Islã de um sacerdote do povo das Índias, personagem que se dirigiu ao então chefe da Igreja Ortodoxa Copta para lhe solicitar a ordenação de um bispo para sua comunidade de origem, discuti as tensas relações entre muçulmanos e cristãos no mundo oriental dos séculos VII e VIII (e um pouco além) e a produção e deslocamento do conceito espacial, historicamente produzido, de Índia/s. Trata-se tal texto de um produto de minha pesquisa de doutorado, um apêndice do projeto de pesquisa Os dois primeiros séculos de interações cristão-muçulmanas na História do Patriarcado Copta de Alexandria de Severo de Hermópolis, no qual venho trabalhando, na condição de aluno do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Rio de Janeiro (PPGH/UERJ), desde o início desde 2015.

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Título: O fechamento do horizonte índico da Igreja Ortodoxa Copta: o caso do sacerdote do povo das Índias na corte do Papa Simão de Alexandria (689-701)

Resumo: No tempo do governo eclesiástico do Papa Simão de Alexandria (689-701), um sacerdote do povo das Índias apresentou-se em sua corte pedindo que lhe ordenasse um bispo para sua comunidade de origem. O fato de o patriarca estar submetido ao governo muçulmano, mas não seu visitante estrangeiro, contudo, impediu que o caso tivesse uma solução simples. O objetivo deste trabalho é, partindo deste episódio, tecer algumas considerações a respeito de como se deu o fechamento do horizonte índico das missões e relações eclesiásticas da Igreja Ortodoxa Copta, ainda antes do primeiro século de domínio árabe muçulmano no Egito.

Formato: online (disponível em https://tinyurl.com/y88xu62p)

Investimento: acesso aberto

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Artigo publicado na Revista Transversos: Condições políticas da era de ouro da Dhimmah na história do Egito islâmico (séculos IX e X AD)


Foi publicado um artigo de minha autoria na edição do terceiro quadrimestre de 2017 da Transversos, publicação do Laboratório de Estudos das Diferenças e Desigualdades Sociais (LEDDES), vinculado ao Departamento de História e ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGH/UERJ). A Transversos é publicada online desde o primeiro semestre de 2014, e apresenta agora um interessante dossiê com o tema África e suas diásporas. Meu paper, publicado no âmbito das reflexões que compõem o dito dossiê, trata das condições políticas que, antecedendo a tomada do Egito pelos fatímidas (969 AD/347 AH), fizeram com que o governo desta dinastia fosse, com a exceção de pequenos e conturbados períodos, uma época de ouro para cristãos e judeus desde a conquista islâmica do Vale do Nilo até a emergência da contemporaneidade. Ele acabou saindo com alguns problemas meio incômodos de diagramação (mapas fora do lugar e parágrafos demais), que tornam a experiência de leitura meio penosa para alguém com TOC feito eu... Mesmo assim, espero que seja uma contribuição interessante a um campo de estudos infelizmente tão pouco frequentado entre a gente como é o da história do Oriente Médio e da África medievais. Trata-se tal texto de um produto de minha pesquisa de doutorado, um apêndice do projeto de pesquisa Os dois primeiros séculos de interações cristão-muçulmanas na História do Patriarcado Copta de Alexandria de Severo de Hermópolis, no qual venho trabalhando, na condição de aluno do mesmo PPGH/UERJ, desde o início desde 2015.

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Título: Condições políticas da era de ouro da Dhimmah na história do Egito islâmico (séculos IX e X AD)

Resumo: É um relativo consenso entre os especialistas que o período de governo fatímida do Egito (969-1171), foi, com a exceção de curtos intervalos, provavelmente o mais tranquilo e próspero para os judeus e cristãos desde a conquista islâmica do Vale do Nilo até a Contemporaneidade. Esta era de ouro para a Dhimmah, entretanto, não se deveu a alguma excepcional tolerância desta dinastia xiita, mas pode ser considerada como um dos resultados fortuitos da complexa conjuntura política do Egito e do Levante no interior do ecúmeno islâmico dos séculos IX e X AD. O objetivo deste paper é reconstituir algumas das tramas que compuseram esta conjuntura, usando, neste horizonte, a trajetória dos cristãos coptas como uma espécie de estudo de caso.

Formato: online (disponível em https://tinyurl.com/ybu5ojxm)

Investimento: acesso aberto

sábado, 19 de agosto de 2017

Artigo publicado na Revista Abusões: Algumas imagens do catolicismo nos contos de H. P. Lovecraft


Foi publicado um artigo de minha autoria na edição do primeiro semestre de 2017 da Abusões, revista acadêmica que tem por finalidade a divulgação de artigos, resenhas, entrevistas e fontes documentais relevantes para os estudos do gótico, do fantástico e do insólito ficcional. Nesse número houve um dossiê temático em homenagem a H. P. Lovecraft nos 80 anos de sua morte, e foi nesse âmbito que tive a alegria de poder contribuir. O periódico é fruto da parceria entre dois Grupos de Pesquisa certificados pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) junto ao Diretório de Grupos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Nós do Insólito: vertentes da ficção, da teoria e da crítica e o Estudos do Gótico. Meu paper é um desenvolvimento de comunicação que apresentei em 2015 no Simpósio Temático Estudos do gótico: as faces do gótico no mundo, realizado no âmbito do 6º Encontro Nacional sobre o insólito como questão na narrativa ficcional, trabalho cujo título foi Ambiguidades do catolicismo no gótico americano: Ar frio (1926) e O assombro nas trevas (1925), de H. P. Lovecraft (cf. https://tinyurl.com/yak7t6x7).

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Título: Algumas imagens do catolicismo nos contos de H. P. Lovecraft

Resumo: Partindo da leitura de três contos de H. P. Lovecraft – Ar frio (1926/1928), Sonhos na Casa da Bruxa (1932/1933) e O assombro nas trevas (1935/1936) – procurou-se tecer algumas considerações a respeito da representação do catolicismo na obra ficcional deste autor. Concluiu-se que a marca desta é, antes do mais, uma interessante ambiguidade.

Formato: online (disponível em https://tinyurl.com/ycm9lh3r)

Investimento: acesso aberto

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Artigo publicado na Revista Círculo de Giz: Aryara contra os Filhos da Noite: fantasia e ciência em um conto de Robert E. Howard


O ano de 2015, o meu primeiro como doutorando, foi também um dos mais estranhos de minha vida pessoal, ainda que não tão apocalíptico quanto 2007, 2012 ou 2016. Mesmo assim, durante o correr dele, fiz algumas coisas interessantes. Uma delas foi a tentativa de, com um par de então bons amigos, dar início a uma revista independente e multidisciplinar de artes e humanidades, a Círculo de Giz. Questões de (falta de) saúde física e (principalmente) mental e divergências sérias no âmbito do conselho editorial do periódico, tanto ideológicas quanto mais estritamente referentes ao que pretendíamos fazer com uma iniciativa dessas, e como deveríamos conduzi-la, levaram a que, pouco depois da publicação do primeiro número da revista, eu me afastasse de modo decisivo dela e dos projetos então a ela associados. Nesse primeiro número da Círculo de Giz, na qual tivemos a alegria de contar com bons textos, contudo, pude publicar um artigo de minha autoria sobre um conto de Robert E. Howard do qual gosto em particular. Não se trata de um trabalho sistemático, mas de um ensaio, que inicialmente havia sido submetido (e rejeitado) a um evento de história das ciências no meado do ano anterior, 2014. Lendo-o quase três anos após sua redação e dois anos depois de que veio à público em uma restrita versão impressa, continuo achando-o divertido, de modo que gostaria de dividi-lo com eventuais leitores interessados. A qualidade da cópia escaneada não ficou muito boa, mas espero que esteja minimamente legível.

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Título: Aryara contra os Filhos da Noite: fantasia e ciência em um conto de Robert E. Howard

Resumo: O objetivo do presente trabalho é apontar como na narrativa de Os Filhos da Noite, de Robert E. Howard, publicada originalmente em 1931 pela revista Weird Tales e marcada pela regressão e/ou alucinação, imbricam-se temas da literatura fantástica e da discussão antropológica do começo do século XX.

Formato: impresso e online (disponível em https://tinyurl.com/yb6kaylq)

Investimento: acesso aberto

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Artigo publicado na Revista Transversos: Ritos de humilhação: al-Qasim ibn Ubaydallâh e os cristãos coptas (734-741)


Foi publicado um artigo de minha autoria na edição do segundo quadrimestre de 2017 da Transversos, publicação do Laboratório de Estudos das Diferenças e Desigualdades Sociais (LEDDES), vinculado ao Departamento de História e ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGH/UERJ). A Transversos é publicada online desde o primeiro semestre de 2014, e apresenta agora um interessante dossiê com o mote Vulnerabilidades: pluralidade e cidadania cultural. Meu paper, publicado na seção de textos de tema livre, trata da história e da memória dos cristãos coptas a respeito do governo do emir al-Qasim ibn Ubaydallâh (734-741 AD/101-119 AH), e é um produto de minha pesquisa de doutorado, um apêndice do projeto de pesquisa Os dois primeiros séculos de interações cristão-muçulmanas na História do Patriarcado Copta de Alexandria de Severo de Hermópolis, no qual venho trabalhando, na condição de aluno do mesmo PPGH/UERJ, desde o início desde 2015.

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Título: Ritos de humilhação: al-Qasim ibn Ubaydallâh e os cristãos coptas (734-741)

Resumo: De 734 a 741 AD, al-Qasim ibn Ubaydallâh governou o Egito, então uma parte do califado omíada. Durante este período, manteve uma política ao mesmo tempo de proximidade e de agressividade para com os cristãos coptas, caracterizada pela execução daquilo que bem poderiam ser chamados de ritos de humilhação destes. Esse governo e esse relacionamento foram registrados principalmente na História do Patriarcado Copta de Alexandria, crônica oficial desta comunidade religiosa, o que possui importantes consequências cognitivas. Este artigo objetiva retomar a narrativa desta interação de forma analítica, chamando atenção para alguns dos contextos sociopolíticos e religiosos e dos clichês literários e teológicos que nela se fazem presentes.

Formato: online (disponível em https://tinyurl.com/n8ppbu5)

Investimento: acesso aberto

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Artigo publicado na Revista Espaço e Cultura: Hierofanias e territorialidades do cristianismo copta em uma época de transição: a vita do Patriarca Benjamin de Alexandria (622-661)


Foi publicado um artigo de minha autoria na edição de janeiro a junho de 2015 da Espaço & Cultura, revista do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Espaço e Cultura (NEPEC) do Instituto de Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IGEOG/UERJ). O texto, de título Hierofanias e territorialidades do cristianismo copta em uma época de transição: a vita do Patriarca Benjamin de Alexandria (622-661), é um produto de minha pesquisa de doutorado, e integra o dossiê Religião e símbolos da Espaço & Cultura. A seleção de escritos, organizada pelos professores-pesquisadores Jefferson Rodrigues de Oliveira e Karina Arroyo Cruz de Meneses, ambos membros do NEPEC e doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGEO/UERJ), intenciona contribuir para ampliar o conhecimento a respeito das dimensões temporal e espacial da religião, reunindo para isso papers da maior qualidade. Agradeço à querida amiga Karina Arroyo a oportunidade ímpar de enviar uma contribuição a este esforço conjunto de geógrafos e não-geógrafos no sentido de desenvolver e dar visibilidade aos estudos sobre a espaço-temporalidade dos diferentes fenômenos religiosos. Meu texto infelizmente teve de sofrer cortes consideráveis em função do espaço disponível e das normas de formatação do periódico, o que espero, entretanto, que não tenha prejudicado em muito a sua inteligibilidade. Uma ausência forçosa e especialmente sentida foi a dos mapas incluídos na sua primeira versão que, enfim, longe de ser descartada, será reintegrada no corpo de texto de minha futura tese.

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Título: Hierofanias e territorialidades do cristianismo copta em uma época de transição: a vita do Patriarca Benjamin de Alexandria (622-661)

Resumo: Com base na análise da vita do Patriarca Benjamin de Alexandria (622-661) investiga-se a (re)constituição da espacialidade e das interações da Igreja Ortodoxa Copta no período em que o Vale do Nilo passou pela importante transição política que marcou o fim do Egito Romano e a ascensão do Egito Islâmico. Para tanto, destaca-se de modo especial as hierofanias que se fazem presentes neste escrito, constante na História do Patriarcado Copta de Alexandria, texto em que se encontra consignada a memória oficial do cristianismo autóctone egípcio.

Formato: online (disponível em http://tinyurl.com/zhl9xj9)

Investimento: acesso aberto

sábado, 12 de março de 2016

Artigo publicado na Revista Coletânea: Ideólogo ou testemunha? Duas avaliações contemporâneas da pessoa e da obra de Eusébio de Cesareia


Foi publicado um artigo de minha autoria na edição de janeiro a junho de 2015 da Coletânea, revista acadêmica da Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro (FSB-RJ), agora disponível online (em http://tinyurl.com/znhf4ma). Esse escrito tem uma pré-história relativamente longa. Foi originalmente apresentado em agosto de 2013, no Simpósio Temático O pensamento dos Padres Orientais e sua influência na história da teologia, coordenado pelo Prof. Dr. Pe. Teodoro Hanicz, OSBM (FASBAM) e reunido por ocasião do 1º Simpósio de Teologia Oriental do Brasil, realizado na cidade de Curitiba, nos dias 27 e 28 de agosto de 2013, na Faculdade São Basílio Magno (FASBAM), ligada à Eparquia São João Batista da Igreja Ucraniana Católica. Retomei o texto durante o ano de 2014, seguindo principalmente as questões que me foram propostas, quando de sua apresentação oral, pelo Prof. Dr. Pe. Massimo Pampaloni, SJ (PIO) - a quem sou muito grato pelas intervenções -, e o enviei para a revista da FSB no começo de 2015, onde, devidamente aprovado e corrigido, ele ficou aguardando a hora de vir a público.

Trata-se de um texto no qual pude fazer o experimento de costurar mais de uma historicidade para refletir sobre as recepções da obra e os juízos referentes à figura de Eusébio de Cesareia (c.260-c.339), autor da primeira História Eclesiástica. Tenho uma relação longa e acidentada com este personagem - que remete pelo menos à minha monografia de graduação, texto que preciso retomar, corrigir e publicar algum dia desses - e descobri, assombrado e aliviado, que estou longe de ser o único com uma história assim. Muito ao contrário, há toda uma tradição de reações de amor e ódio em relação a este homem ambíguo, tradição que permanece bem viva ainda em nossa contemporaneidade, e foi dela que procurei me aproximar de maneira analítica nesse paper. Não sei se atingi o que pretendia ao iniciar o escrito quando o conclui, mas gosto dele de modo particular. Para quem eventualmente se interessar em dar uma olhada no texto, segue o link e outras informações a respeito.

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Título: Ideólogo ou testemunha? Duas avaliações contemporâneas da pessoa e da obra de Eusébio de Cesareia

Resumo: Eusébio foi bispo de Cesareia e realizou sua formação na biblioteca aí fundada por Orígenes. Sua produção intelectual foi notável, estendendo-se a campos muito diversos. Seu trabalho mais importante foi a História Eclesiástica, na qual se dispôs a narrar a trajetória do cristianismo até o tempo de Constantino. Nela praticou um gênero literário diverso dos relatos históricos precedentes. Trata-se de figura ainda controversa, tanto por sua ambiguidade teológica quanto por sua apologia do Império Cristão. O objetivo do presente trabalho é tratar das avaliações sobre Eusébio presentes em dois textos contemporâneos. O primeiro, de Eduardo Hoornaert, considera-o como um retórico que seria essencialmente oposto à tradição profética do cristianismo. O segundo, do Papa Bento XVI, toma-o como um estudioso que soube reconhecer os sinais do amor de Deus na história.

Formato: impresso e online (disponível em http://tinyurl.com/zpgx4th)

Investimento: acesso aberto

domingo, 25 de janeiro de 2015

Artigo publicado na Revista História Agora: Dom Fernando Lugo Méndez, SVD, ex-bispo emérito de São Pedro e presidente da República do Paraguai

Fernando Lugo enquanto presidente do Paraguai. (Extraída de http://migre.me/okGP8)

É impressionante como alguns textos envelhecem rápido - e nem sempre bem. No primeiro semestre de 2008, eu era um aluno da graduação em História na PUC-Rio, tateando em busca de um tema de pesquisa para me apaixonar. Já tinha inclinações fortes pelo campo da história das religiões, mas não havia me decidido a respeito do quê exatamente iria explorar dentro dele. Um então colega de turma disse-me que eu deveria escrever sobre Lugo Méndez, um bispo católico que havia sido eleito há muito pouco tempo como Presidente do Paraguai, à revelia das normas do Vaticano e da Constituição de seu país. Aceitei a proposta e elaborei um trabalho de disciplina a respeito do tema. A professora responsável pela cadeira na qual o apresentei disse-me que eu deveria procurar publicá-lo. Aceitei a provocação e procurei uma maneira de fazê-lo.

O resultado foi um estranhíssimo exercício de história do tempo presente, vazado em um enquadramento teórico muito conservador, na qual se misturaram como arcabouço elementos da antropologia de Victor Turner e da teoria das relações entre experiência e literatura de Jorge Luis Borges. A ideia era dimensionar a militância política que levou Lugo à presidência a partir de sua base religiosa, descrevendo-a contra o plano de fundo das seculares relações entre clero católico e política institucional na América Latina, mas consegui realizar apenas uma descrição muito mais maniqueísta, na qual se confrontavam dois modelos de cristianismo: um cristianismo dos pobres, quase revolucionário, que eu conhecia de ouvir dizer da minha formação católica em uma região que, a seu tempo, absorveu alguns elementos da reflexão da Teologia da Libertação; e um cristianismo da preservação do status quo, mais político do que politizado, fortemente institucional, que era o avesso semi-oculto, mas onipresente, de toda a minha experiência do catolicismo. Da preocupação com esse segundo modelo de Igreja, segui até Eusébio de Cesareia, objeto de minha monografia de fim de graduação... Mas então já se trata de um outro estágio, descontínuo com o anterior, de minhas preocupações acadêmicas.

O artigo cujo link segue adiante, além do mais, foi superado pela própria história em curso. Em 2008 conclui este paper indicando que na figura do bispo e presidente Lugo poderia se gestar uma nova e construtiva síntese entre a atuação política e o imaginário católico latino-americano. Não foi o que aconteceu. Ou aconteceu de uma maneira muito diversa do quê eu poderia supor, com desdobramentos que me eram de todo insuspeitos. Em 2009 começaram a surgir relatos a respeito dos filhos de Lugo, concebidos enquanto ainda era sacerdote católico em exercício. Sua autoridade política, de fundo religioso - conforme argumentei em meu texto - foi ostensivamente minada pela imprensa paraguaia e internacional através da crescente ênfase nestas provas de sua infidelidade aos seus votos religiosos. A partir do momento em que admitiu uma série de relacionamentos maritais, as opiniões da base popular que havia possibilitado a eleição de Lugo à presidência começaram a se dividir mais e mais. Em junho de 2012, ele foi destituído de seu cargo pelo senado através de uma votação rápida e decisiva, na qual foi considerado culpado por "mau desempenho" enquanto presidente do Paraguai. Considerando-se vítima de um golpe, não de um impeachment, Lugo chegou a constituir um governo paralelo, que batizou de Gabinete da Restauração da Democracia, com sede em sua própria casa, em Lambaré, localidade nos arredores de Assunção. Em outro plano, políticos aliados do ex-presidente trabalharam para reverter o quatro político e garantir que Lugo reassumisse o poder executivo e concluísse o mandato presidencial. Nenhuma destas iniciativas teve sucesso: o Gabinete de Lugo foi dissolvido e o assunto de sua retomada do mandato foi dado oficialmente por encerrado. Mesmo se recusando a reconhecer a autoridade do governo constituído, Lugo foi eleito senador durante as eleições gerais de 2013, ocupando agora uma cadeira no senado e atuando pelas vias políticas costumeiras.

Em 2009, quando dos relatos de paternidade, e em 2013, quando de sua deposição, eu pensei mais de uma vez em retomar o paper publicado em 2008 e adicionar-lhe um longo post scriptum, ou talvez refundi-lo inteiramente... Decidi esperar uma e outra vez. Seria necessário escrever um novo artigo a partir dos restos do anterior. Não havendo emenda possível, o texto dado a público permanece testemunho de meu interesse e entusiasmo, de meu tatear pelo tema ao calor do momento em que ele emergia na imprensa e na pena dos analistas políticos. Espero retomar o assunto para uma reavaliação, mas apenas daqui a, talvez, uma década ou uma década e meia. O rico campo dos estudos da história do tempo presente, compreendidos em sentido estrito, é um lugar onde, agora, eu não me sinto mais exatamente confortável para semear minhas ideias.

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Título: Dom Fernando Lugo Méndez, SVD, ex-bispo emérito de São Pedro e presidente da República do Paraguai

Resumo: Primeiro bispo católico a chegar ao cargo máximo do poder executivo em uma democracia, o que criou problemas jurídicos inéditos quanto à sua situação canônica, Fernando Lugo Méndez foi eleito Presidente do Paraguai por uma ampla coalizão de partidos como alternativa às forças políticas tradicionais até então aí hegemônicas, o que representa um importante marco na consolidação do regime democrático deste país. Levado à militância partidária por motivações de base religiosa, o ex-sacerdote verbita, excomungado pelo Vaticano por seu envolvimento com a política institucional, se insere em uma tradição mais ampla de religiosos católicos que foram e são importantes atores sociais e centros simbólicos de ativismo no cenário cultural latino-americano e pode ser adequadamente dimensionado sobre o pano de fundo de um duradouro e multifacetado debate sobre a relação entre catolicismo e política no continente. 

Formato: online (disponível em http://migre.me/okGdI)

Investimento: acesso aberto

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Artigo publicado na Revista Mosaico: O cotidiano e a prática arqueológica do Pe. João Alfredo Rohr em um conjunto de cartas com o antropólogo Luiz de Castro Faria

Fotografia da matéria "Padre denuncia a extinção de sambaquis catarinenses", publicada no Jornal do Brasil de 30 de novembro de 1971. (Extraída de: CRUZ, Alfredo B. da C. Concha sobre concha: o estudo e a conservação dos sambaquis na correspondência entre Luiz de Castro Faria e Pe. João Alfredo Rohr (1960-1971). Dissertação de Mestrado em História. PPGH, CCHS/UNIRIO. Rio de Janeiro, 2013. p. 257)

Em maio de 2012, participei do Grupo de Trabalho Religião e Modernidade: interfaces no XIII Simpósio Nacional da Associação Brasileira de História das Religiões, realizado na Universidade Federal do Maranhão, em São Luís / MA. No correr daquele ano, a convite da coordenação desse GT, trabalhei no texto apresentado para transformá-lo em algo mais do que uma fala de quinze minutos. Tornado artigo, ele acabou sendo publicado no número de dezembro de 2012 da Mosaico, revista do Mestrado em História da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, no âmbito do dossiê Modernização e Religiosidade.

Relendo esse paper quase dois anos depois de sua publicação, vejo o quanto ele ficou truncado em alguns pontos, mas também o quanto nele eu consegui trabalhar uma questão que havia motivado a minha pesquisa de mestrado, mas que, afinal, acabou não encontrando espaço de plena expressão na dissertação que dela resultou. Creio que o saldo geral é positivo, e gostaria de talvez retomar a problemática sobre a qual ele se detém em futuro não muito distante.

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Título: O cotidiano e a prática arqueológica do Pe. João Alfredo Rohr em um conjunto de cartas com o antropólogo Luiz de Castro Faria

Resumo: O artigo trata do cotidiano e da pesquisa científica e militância pela preservação do patrimônio arqueológico do Pe. João Alfredo Rohr, S. J., a partir das cartas por ele trocadas com o antropólogo Luiz de Castro Faria, detendo-se em especial naquelas referentes ao episódio da nomeação de Pe. Rohr como presidente do Conselho de Cultura de Santa Catarina, em 1971. 

Formato: online (disponível em http://migre.me/mGvrA)

Investimento: acesso aberto