No dia 22/10, quarta-feira próxima, vou apresentar a comunicação Retórica do martírio, acúmulo de capital simbólico e estratégia de distinção na Carta a Diogneto na Mesa de Comunicações 18 do XXIV Ciclo de Debates em História Antiga: milênios de interessantíssimas experiências humanas, promovido pelo LHIA/IH-IFCS/UFRJ. A referida mesa, coordenada pelo Prof. Dr. André Leonardo Chevitarese (IH-IFCS/UFRJ), vai se realizar no Salão Nobre do IFCS/UFRJ das 18 às 20h.
Vale a pena chegar mais cedo, às 15h45, e assistir também à Mesa de Comunicações 17, coordenada pelo mesmo Prof. Chevitarese, na qual o Prof. Lair Amaro (Doutorando do PPHC/UFRJ) irá apresentar comunicação de tema afim à minha. A programação completa do evento está disponível em http://migre.me/mmTu9.
Eventuais interessados que estejam disponíveis, apareçam por lá na quarta-feira na parte da tarde e da noite para papearmos um bocado. Será uma alegria grande recebê-los e ouvi-los também.
*
Título: Retórica do martírio, acúmulo de capital simbólico e estratégia de distinção na Carta a Diogneto
Resumo: A Carta a Diogneto é um texto ao qual não se fez menção direta em nenhum dos escritos conhecidos que se preservou da Antiguidade e da Idade Média. Ela foi redescoberta em uma biblioteca constantinopolitana no século XV entre as obras de Justino de Roma, e até agora não se encontrou outra versão antiga desse documento. Trata-se de uma apologia do cristianismo dirigida um pagão culto e de alta classe social, cuja identidade ainda não se definiu com precisão – pois Diogneto é antes um título do que um nome próprio. Também não há consenso entre os estudiosos a respeito de sua autoria, local ou data de produção, ainda que esteja bem estabelecido que é um documento autêntico que foi composto em um período de ausência de perseguições anterior ao governo de Diocleciano. A ausência de referências contextuais mais precisas permite que se tome a Carta como uma produção de discurso a descoberto, que pode ser analisada a partir de seus elementos de coerência interna e não em relação a uma empiria à qual supostamente deveria corresponder ponto por ponto. Isto posto, ela presta-se a ser subsídio especialmente interessante para se refletir a respeito de como um cristão cujo nome não se preservou podia representar os temas-chave do movimento cristão em seus primeiros séculos de existência a um não batizado esclarecido e curioso a respeito da nova religião. No presente trabalho se investiga como neste documento se relacionam a temática da não resistência dos cristãos à perseguição, o acúmulo de capital simbólico da parte do movimento dos seguidores de Jesus Cristo e as suas estratégias de distinção e, portanto, de afirmação identitária diante – e contra – as muitas formas tradicionalmente aceitas de se honrar os deuses conhecidas no mundo greco-romano.
Formato: comunicação oral
Quando: 22/10 (quarta-feira), das 18h às 20h