Forno onde eram transformadas em cal as conchas extraídas do Sambaqui de Cabeçuda, Laguna / SC, cuja atividade foi documentada por Luiz de Castro Faria no ano de 1947. (Extraído de: LIMA, Tania Andrade. Luiz de Castro Faria, também um arqueólogo. In: Memórias da C&T - Série Produção Científica Brasileira. Disponível em http://migre.me/mMpsc. Foto n. 8) |
Na mesma semana em que apresentei a comunicação "O problema dos sambaquis segundo Luiz de Castro Faria: notas de leitura" na I Jornada em História das Ciências e da Saúde (PPGHCS-COC/FIOCRUZ), apresentei também um pequeno texto de nome "O estudo e conservação dos sambaquis em uma correspondência entre Pe. João Alfredo Rohr, S.J., e Luiz de Castro Faria (Florianópolis-Rio de Janeiro, agosto de 1960)" no Scientiarum Historia IV, congresso promovido pelo Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Nesta ocasião tive a oportunidade de discutir a abordagem específica que viria a ser a de minha dissertação de mestrado com um público de estudiosos bastante eclético, saindo da mesa de que participei com a clara noção de que o campo da história social das ciências ainda está em aberto e necessita ser justificado diante de outras abordagens concorrentes e nem sempre convergentes do fenômeno da produção e gestão de saberes.
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Título: O estudo e conservação dos sambaquis em uma correspondência entre Pe. João Alfredo Rohr, S.J., e Luiz de Castro Faria (Florianópolis - Rio de Janeiro, agosto de 1960)
Resumo: Em agosto de 1960, João Alfredo Rohr escreveu a Luiz de Castro Faria manifestando admiração por seu texto O problema da proteção aos sambaquis, publicado pouco antes, mas inicialmente apresentado em 1952 como relatório ao Conselho Nacional de Pesquisas. Nesta mesma carta, Rohr também faz questão de afirmar que ele já fazia pesquisas com aquele tipo de jazida arqueológica como as que O problema da proteção aos sambaquis propunha que deveriam ser realizadas. Luiz de Castro Faria, antropólogo, ligado ao Museu Nacional desde 1936 e praticante da pesquisa arqueológica como um método de investigação antropológica, vinha estudando os sambaquis fazia ao menos duas décadas e se destacando na militância por sua preservação e sistemática investigação; também havia feito escavações nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. João Alfredo Rohr, padre jesuíta, então diretor do Colégio Catarinense, professor e responsável pelo Museu de História Natural desta instituição, estava interessado em tais vestígios pré-históricos desde antes de sua chegada a Florianópolis, em 1941. Ao lidar com este tema, ambos tratavam de questões referentes às relações entre o povoamento indígena antigo do território do Brasil meridional e o estudo etnográfico das populações contemporâneas que aí subsistem, e à conservação destes sítios diante da exploração da antiga indústria do chamado "cal de mariscos". O presente trabalho objetiva traçar uma genealogia da admiração e sinalização de convergência de propósitos manifestas na citada correspondência enviada por Rohr a Castro Faria, que viria a ser fundamento de uma futura colaboração profissional. Para fazer isto, faremos menção a como o padre jesuíta começou a desenvolver suas pesquisas arqueológicas de forma relativamente independente, e tomaremos como base a leitura de O problema da proteção aos sambaquis como texto que respondeu e incrementou algumas questões tratadas como pertinentes por Rohr em sua Contribuição para a etnologia indígena do Estado de Santa Catarina, publicada dez anos antes.
Formato: online (disponível em http://migre.me/mMpfV)
Investimento: acesso aberto
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