quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Comunicação na 4ª Semana de Egiptologia do Museu Nacional: Relações perigosas: etiqueta, extorsão e debate inter-religioso em dois (des)encontros entre o Papa João de Samannûd e o Emir Abd al-Aziz (685-686 d.C.)


A Semana de Egiptologia do Museu Nacional (SEMNA) é uma atividade promovida desde 2013 pelo Laboratório de Egiptologia do Museu Nacional (SESHAT), vinculado ao Programa de Pós-graduação em Arqueologia do Museu Nacional (PPGArq-MN/UFRJ). A SEMNA objetiva reunir pesquisadores da área de Egiptologia oriundos de diversos campos de investigação em um ambiente propício ao debate e à cooperação acadêmica; pretende também ser meio de divulgação do conhecimento especializado sobre o Egito Antigo à comunidade não acadêmica, de forma a promover o desenvolvimento da Egiptologia no Brasil também para além dos muros da universidade, aproximando o grande público interessado dos pesquisadores. Neste ano de 2016, a SEMNA ocorrerá dos dias 28 de novembro a 2 de dezembro; suas atividades, salvo indicação contrária na programação, serão realizadas no Auditório do Horto do Museu Nacional (que fica perto da saída Quinta da Boa Vista da Estação São Cristóvão de trem e metrô). Para se inscrever como ouvinte, há uma taxa de inscrição (simbólica) de R$ 15; as instruções para a realização disto constam em http://tinyurl.com/hjn6sm8

No dia 29/11, das 13h às 15h, terei a feliz oportunidade de participar da mesa de debates Imagem, religião e poder, organizada e coordenada pela Prof.ª Dr.ª Gisela Chapot (PPGArq-MN/UFRJ). Apresentarei o trabalho de título Relações perigosas: etiqueta, extorsão e debate inter-religioso em dois (des)encontros entre o Papa João de Samannûd e o Emir Abd al-Aziz (685-686 d.C.). Todas apresentações de pesquisas feitas durante a SEMNA serão decerto muito interessantes, mas convido de modo especial os colegas e interessados em geral a que apareçam durante a referida mesa de debates; vossa presença muito me honrará.

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Título: Relações perigosas: etiqueta, extorsão e debate inter-religioso em dois (des)encontros entre o Papa João de Samannûd e o Emir Abd al-Aziz (685-686 d.C.)

Resumo: De 677 a 688 d.C. o Patriarca João de Samannûd governou a Igreja Ortodoxa Copta; tratava-se de um período em que se ajustava, dentro de uma relação muito assimétrica de número e capacidade de atuação, um modus vivendi entre os árabes muçulmanos, que haviam entrado no Egito como conquistadores nos anos de 639 a 641, e os cristãos autóctones, divididos de modo então quase inconciliável entre coptas e melquitas – uma cisão de ordem tanto estritamente teológica quanto sociopolítica e linguístico-cultural. De 685 a 705, a região esteve sob o governo do Emir Abd al-Aziz, filho mais novo do Califa Marwan ibn al-Hakam, o quarto dos soberanos omíadas; com este personagem, profundamente empenhado em organizar as receitas da província sob sua responsabilidade através de uma nova política de arrecadação de impostos e de extorsões realizadas contra notáveis da região, o Patriarca João teve uma relação que pode ser classificada, no mínimo, como ambígua. O objetivo desta comunicação é esboçar as variáveis constitutivas desta ambiguidade através da reconstituição e análise de dois de seus encontros – ocorridos nos dois primeiros anos do governo de al-Aziz – e seus desdobramentos, para com isto pensar os termos da relação entre a hierarquia ortodoxa copta e as autoridades muçulmanas durante o primeiro século de domínio islâmico no Egito.

Formato: comunicação em mesa de debates

Quando: 29/11 (terça-feira), das 13h às 15h

Onde: Auditório do Horto, Museu Nacional do Rio de Janeiro, Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, Rio de Janeiro / RJ

Investimento: R$ 15 (requer inscrição prévia como ouvinte) 



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