quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Monografia orientada: Glória Maria Mendonça de Souza, "Indumentária bizantina: os fios e as tramas da História" (2016)


Na sequência do compartilhamento das monografias que tive a honra e a alegria de orientar no âmbito de meu trabalho como professor convidado do curso de Pós-graduação lato sensu em História Antiga e Medieval: religião e cultura da Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro (FSB-RJ), disponibilizo hoje a interessantíssima monografia de Glória Maria Mendonça de Souza sobre indumentária, luxo e poder no Império Romano do Oriente tardo-antigo e medieval. Trata-se de trabalho original e (sem trocadilhos com o tema) muito rico, escrito por pesquisadora que realmente entende do assunto, de modo que vale a pena investir um tempo para dar uma olhadinha nele.

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Autora: Glória Maria Mendonça de Souza

Título: Indumentária bizantina: os fios e as tramas da História

Tipo de trabalho: monografia de especialização em História Antiga e Medieval: religião e cultura

Ano de apresentação: 2016

Resumo: Este trabalho tem como objetivo descrever o surgimento da nova capital do Império Bizantino, tendo como sua primeira idade do ouro o século VI, quando o Estado exerceu o controle absoluto sobre todos os gêneros de atividade, a ênfase no interesse do povo bizantino pela religião e o surgimento da engenharia que destacou os feitos arquitetônicos das igrejas e outros feitos. Dentro deste quadro também se destaca a indumentária bizantina como forma de expressão de poder desta sociedade que usou e abusou da exuberância e se aproveitou da descoberta do segredo da seda para dar início a sericultura em Bizâncio, o que incrementou seu uso e ganho no comércio, desbancando os antigos dominadores deste meio, cuja diversidade étnica ajudou os bizantinos a chegar ao seu estilo próprio, apesar de manter a cultura helenista-grega. Dentro desta temática, a História expõe alguns códigos no modo e uso das roupas e acessórios em pérolas que são referências para a demonstração de uma linguagem e mostra com a iconografia o poder e domínio da religião neste território onde o Imperador era tido com um representante de Deus. Estes fios e tramas funcionaram como forma de comunicação, por ser a indumentária um ato de expressão individual.

Palavras-chave: Poder; Indumentária; Pérolas; Seda.

Tamanho: 35 p.

Endereço para acesso: http://tinyurl.com/j3usson

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Monografia orientada: José Manuel Monteiro Jr., "O movimento neopentecostal: ensaio descritivo e crítico" (2015)


Desde 2014, durante um trimestre por ano (sempre o primeiro ou o segundo), eu sou professor convidado nos cursos de Pós-graduação lato sensu em História Antiga e Medieval: religião e cultura e em Ciências da Religião da Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro (FSB-RJ). Das diversas atividades que desenvolvo neste âmbito, a que mais me dá alegria é a de poder assumir a orientação de trabalhos de conclusão de curso. De fato, é impressionante como se pode aprender ajudando um/a colega em formação a encontrar o seu próprio veio de investigação e a modular o seu estilo para lidar com ele... Sabe, isso não é exatamente um trabalho fácil, porque, se não tomarmos algum cuidado, acabamos embarcando inteiramente na vibração do especializando, o que não ajuda a ninguém, já que uma dose adequada de objetivação é necessária para se produzir bons textos que se querem analíticos... Mas é recompensador ajudar um trabalho original de pesquisa, ainda que modesto (como deve ser um TCC de Especialização), vir à luz no curto prazo de um semestre. Pode-se trocar muitas boas ideias e fazer amigo/as. É algo que realmente vale a pena, apesar da burocracia meio kafkiana que cerca a coisa toda em alguns momentos.

Desde que conclui minha primeira orientação de monografia - a do trabalho do Pr. José Manuel Monteiro Jr. sobre o movimento neopentecostal no Brasil - penso em uma maneira de compartilhar os trabalhos orientados, sobre os quais eu também me sinto co-responsável. Essa postagem é uma tentativa neste sentido, ainda em uma base experimental. Agradeço ao amigo José Monteiro Jr. por aceitar uma vez mais ser minha cobaia acadêmica, assim como pela paciência, solicitude e boas palavras que reiteradamente tem para comigo. Aprendi mais com esse colega, como professor e como ser humano, em sentido lato, do que seria oportuno escrever aqui; Deus, que tudo sabe, contudo, haverá de recompensá-lo oportunamente em medida muito superior à minha imensa gratidão.

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Autor: José Manuel Monteiro Jr.

Título: O movimento neopentecostal: ensaio descritivo e crítico

Tipo de trabalho: monografia de especialização em Ciências da Religião

Ano de apresentação: 2015

Resumo: A partir de uma descrição do surgimento do neopentecostalismo, propomos um panorama que auxilie na compreensão desse fenômeno. Para tal, tratamos de sua hermenêutica e da tão em voga teologia da prosperidade, esteio doutrinário desse movimento, submetendo-as a uma visão crítica baseada na leitura reformada das Escrituras. O movimento neopentecostal, em plena expansão, é aqui tratado em perspectiva comparativa com o pentecostalismo clássico e as tradições históricas do cristianismo, fazendo emergir consensos e diferenças entre essas vertentes.

Palavras-chave: Neopentecostalismo; Hermenêutica; Teologia da prosperidade; Pentecostalismo.

Tamanho: 44 p.

Endereço para acesso: http://tinyurl.com/zfg2pkr

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Comunicação na 4ª Semana de Egiptologia do Museu Nacional: Relações perigosas: etiqueta, extorsão e debate inter-religioso em dois (des)encontros entre o Papa João de Samannûd e o Emir Abd al-Aziz (685-686 d.C.)


A Semana de Egiptologia do Museu Nacional (SEMNA) é uma atividade promovida desde 2013 pelo Laboratório de Egiptologia do Museu Nacional (SESHAT), vinculado ao Programa de Pós-graduação em Arqueologia do Museu Nacional (PPGArq-MN/UFRJ). A SEMNA objetiva reunir pesquisadores da área de Egiptologia oriundos de diversos campos de investigação em um ambiente propício ao debate e à cooperação acadêmica; pretende também ser meio de divulgação do conhecimento especializado sobre o Egito Antigo à comunidade não acadêmica, de forma a promover o desenvolvimento da Egiptologia no Brasil também para além dos muros da universidade, aproximando o grande público interessado dos pesquisadores. Neste ano de 2016, a SEMNA ocorrerá dos dias 28 de novembro a 2 de dezembro; suas atividades, salvo indicação contrária na programação, serão realizadas no Auditório do Horto do Museu Nacional (que fica perto da saída Quinta da Boa Vista da Estação São Cristóvão de trem e metrô). Para se inscrever como ouvinte, há uma taxa de inscrição (simbólica) de R$ 15; as instruções para a realização disto constam em http://tinyurl.com/hjn6sm8

No dia 29/11, das 13h às 15h, terei a feliz oportunidade de participar da mesa de debates Imagem, religião e poder, organizada e coordenada pela Prof.ª Dr.ª Gisela Chapot (PPGArq-MN/UFRJ). Apresentarei o trabalho de título Relações perigosas: etiqueta, extorsão e debate inter-religioso em dois (des)encontros entre o Papa João de Samannûd e o Emir Abd al-Aziz (685-686 d.C.). Todas apresentações de pesquisas feitas durante a SEMNA serão decerto muito interessantes, mas convido de modo especial os colegas e interessados em geral a que apareçam durante a referida mesa de debates; vossa presença muito me honrará.

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Título: Relações perigosas: etiqueta, extorsão e debate inter-religioso em dois (des)encontros entre o Papa João de Samannûd e o Emir Abd al-Aziz (685-686 d.C.)

Resumo: De 677 a 688 d.C. o Patriarca João de Samannûd governou a Igreja Ortodoxa Copta; tratava-se de um período em que se ajustava, dentro de uma relação muito assimétrica de número e capacidade de atuação, um modus vivendi entre os árabes muçulmanos, que haviam entrado no Egito como conquistadores nos anos de 639 a 641, e os cristãos autóctones, divididos de modo então quase inconciliável entre coptas e melquitas – uma cisão de ordem tanto estritamente teológica quanto sociopolítica e linguístico-cultural. De 685 a 705, a região esteve sob o governo do Emir Abd al-Aziz, filho mais novo do Califa Marwan ibn al-Hakam, o quarto dos soberanos omíadas; com este personagem, profundamente empenhado em organizar as receitas da província sob sua responsabilidade através de uma nova política de arrecadação de impostos e de extorsões realizadas contra notáveis da região, o Patriarca João teve uma relação que pode ser classificada, no mínimo, como ambígua. O objetivo desta comunicação é esboçar as variáveis constitutivas desta ambiguidade através da reconstituição e análise de dois de seus encontros – ocorridos nos dois primeiros anos do governo de al-Aziz – e seus desdobramentos, para com isto pensar os termos da relação entre a hierarquia ortodoxa copta e as autoridades muçulmanas durante o primeiro século de domínio islâmico no Egito.

Formato: comunicação em mesa de debates

Quando: 29/11 (terça-feira), das 13h às 15h

Onde: Auditório do Horto, Museu Nacional do Rio de Janeiro, Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, Rio de Janeiro / RJ

Investimento: R$ 15 (requer inscrição prévia como ouvinte) 



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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Oficinas no Instituto de Pesquisa e Memória Novos: Catolicismo e Islã na África Negra até 1870


Já escrevi em outras ocasiões e lugares, mas reitero: uma das atividades de ensino-aprendizagem que mais alegria eu tenho em realizar são as oficinas no Instituto Pretos Novos (IPN). Na condição de membro do Núcleo de Pesquisas desta casa (NPH/IPN), aí tenho realizado desde novembro de 2014 uma série de oficinas sobre a Etiópia cristã, desde suas origens até o fim do império etíope. Neste mês de outubro, entretanto, graças à  generosa acolhida da Sr.ª Merced Guimarães, presidente do IPN, aí oferecerei duas oficinas inéditas sobre história da religião na África. A primeira, História da Igreja Católica na África Negra até 1870, será no dia 13/10, quinta-feira, às 14h. A segunda, História do Islã na África Negra até 1870, será no dia 19/10, quarta-feira, no mesmo horário de 14h. Ambas realizar-se-ão no Centro Cultural Municipal José Bonifácio (CCJB), localizado na Rua Pedro Ernesto, n. 80, Gamboa (mapinha: http://tinyurl.com/zjbcoqd), e são atividades gratuitas. Para a obtenção de certificado de participação, as inscrições devem ser realizadas previamente no anc@pretosnovos.com.br, mas, para aqueles que se decidirem aparecer apenas na última hora, elas também podem ser feitas no dia e local da oficina, 15 ou 20 minutos antes de seu início.

Convido aos interessados que compareçam a estas aulas abertas, mesmo que apenas em uma delas, e que transmitam este convite aos seus/suas conhecido/as que eventualmente se interessem por tais temas. Estou preparando as oficinas com o maior cuidado e estou certo de que elas serão a todos os participantes um excelente investimento de tempo, além de boa sementeira de novas questões para posterior estudo.



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Atualização: devido a um problema de saúde, que incluiu uma afonia temporária, não pude ministrar a oficina História do Islã na África Negra até 1870, que ficou adiada sem previsão de nova data para acontecer. A oficina História da Igreja Católica na África Negra até 1870, entretanto, aconteceu, contou com boa participação e foi um sucesso. Agradeço muitíssimo aos gentis colegas que se dispuseram a estar por lá para conversar comigo a respeito desta temática. Espero que a crise pela qual vem passando o Instituto Pretos Novos, causada pelo completo descanso de nosso governo com as atividades culturais da cidade do Rio de Janeiro, seja superada brevemente e não tardemos a ter a oportunidade de nos encontrarmos novamente nesta casa.