sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Curso de férias no Centro Loyola de Fé e Cultura: Abraão nas tradições judaica, cristã e islâmica

O seio de Abraão. Iluminura do Hortus Deliciarum, de Herrad von Landsberg (1130-1195), c.1180 (Extraída de http://migre.me/srTuv. Detalhe).

Nos dias 11 a 14 de janeiro próximo, oferecerei no Centro Loyola de Fé e Cultura um curso de férias sobre as evocações e representações de Abraão nas tradições judaica, cristã e islâmica. Nele estarei ampliando e dando continuidade à série de cursos que tive a oportunidade de oferecer no CL nestes anos de 2014 e 2015, dedicados a oferecer enquadramentos e subsídios históricos para o diálogo inter-religioso entre as comunidades religiosas não por acaso ditas abraâmicas. Evidentemente, todos, tendo participado dos cursos anteriores ou não, são bem-vindos neste.

Trata-se do segundo curso de férias que ofereço no CL (o anterior foi sobre A Igreja e o Império no Tempo de Constantino - cf. http://migre.me/srSuV), e dada a espetacular experiência de ensino-aprendizado que vivi na ocasião anterior, estou com as maiores expectativas do mundo com a perspectiva de começar as atividades de 2016 do mesmo modo. Dada a bela infra-estrutura que nos é disponível na casa da Gávea, o carinho com que estou preparando as aulas, a gentileza de todos os funcionários do CL e a importância de que, neste momento de infelizes desentendimentos e ásperos desencontros, reveste-se o fazer memória do parentesco comum de judeus, cristãos e muçulmanos, tenho certeza de que esse será um excelente investimento de tempo e recursos. Quer usar parte das férias para aprender um ou duas coisas novas e para e trocar ideias com um grupo de pessoas interessadas e bem articuladas? Então esse é o curso para você.

Enfim, caso se interesse pelo tema, inscreva-se e sê muito bem-vindo para estar conosco nestas noites de janeiro que passaremos na Gávea. Peço que faça isso o quanto antes, não apenas pela necessidade de se formar um quórum que possibilite a realização do curso, mas também pelas vagas limitadas que estão disponíveis. Se não pode fazer o curso, mas conhece alguém que talvez se interesse pelo tema, por favor, colabore em sua divulgação.

*

Título: Abraão nas tradições judaica, cristã e islâmica

Formato: curso de férias (4 aulas, totalizando 8 horas/aula)

Ementa: Abraão, personagem venerado como amigo privilegiado de Deus por judeus, cristãos e muçulmanos, é uma figura que coloca em pauta a relação histórica e teológica entre esses três segmentos religiosos – ditos abraâmicos, justamente por nele localizarem sua ascendência. Este curso objetiva fazer uma apresentação sinóptica da tríplice representação desse patriarca, destacando os pontos em comum e as diferenças de sua compreensão nas tradições judaica, cristã e islâmica. As aulas são voltadas para estudantes de Teologia, História e demais interessados pelo tema.

Programa:

1. “Erga os olhos para o céu e conta as estrelas”: o Abraão histórico e as religiões abraâmicas
2. “Por tua posteridade serão abençoadas todas as nações”: Abraão segundo a tradição judaica
3. “A fé foi levada em conta de justiça”: Abraão segundo a tradição cristã
4. “Um homem de fé pura, que não era idólatra”: Abraão segundo a tradição islâmica

Quando: de 11/01 (segunda-feira) a 14/01 (quinta-feira) de 2016, das 19 às 21h 

Onde: Centro Loyola de Fé e Cultura, Estrada da Gávea, n. 1, Gávea - Rio de Janeiro / RJ (mapinha: http://migre.me/nv28Y)

Investimento: R$ 150,00 (para se inscrever é necessário preencher o formulário disponível em http://migre.me/srSOx, informando qual o curso de seu interesse. Mais informações podem ser obtidas entrando em contato no tel. [21] 3527-2012 ou por mensagem inbox para o https://www.facebook.com/centroloyolapucrio)

Página oficial: http://migre.me/srSSH

*




quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Minicurso no Centro Loyola de Fé e Cultura: O Profeta do Islã através de lentes ocidentais

Domenico Morelli, Um sermão de Muhammad. Óleo sobre tela, fim do século XIX. Museu Cívico Revoltella, Trieste, Itália.

Nos dias 20 e 27 de outubro e 3 e 10 de novembro próximo, quatro terças-feiras, das 19h às 21h, eu terei a honra e a alegria de oferecer por iniciativa do Centro Loyola de Fé e Cultura da PUC-Rio um minicurso que tratará do imaginário ocidental a respeito de Muhammad, principal dos profetas reconhecidos pelo Islã.

Nestas ocasiões eu não pretendo narrar a história deste importante personagem da história da humanidade, mas fazer uma espécie de prospecção arqueológica de como sua figura foi percebida no mundo ocidental, desde o período dos encontros iniciais entre muçulmanos e cristãos até a pesquisa erudita contemporânea. Tratando-se de tema assim tão vasto e bastante pouco explorado cá entre nós, decerto o curso terá um caráter apenas introdutório e algo experimental. Não tem, absolutamente, o objetivo de ser apologético ou desrespeitoso, mas, sim, uma sementeira de questões que colaborem para que o campo dos estudos históricos e da crítica cultural seja um espaço de diálogo entre diferentes opções religiosas e intelectuais, de diversas formas de se conceber e experimentar o mundo.

Esse curso foi pensado para compor uma trilogia com outros cursos antes oferecidos no Centro Loyola: A Igreja e a Mesquita - contatos iniciais, ministrado em setembro de 2014, sobre os primeiros encontros e desencontros socioculturais entre cristãos e muçulmanos na bacia mediterrânica antes do fim do primeiro milênio d.C. (v. http://migre.me/rGi5N); e Jesus de Nazaré no Islã, ministrado em março de 2015, sobre a presença e caracterização do personagem central da religião cristã no Corão e na tradição islâmica (v. http://migre.me/rGi7S). Ele pode, todavia, ser aproveitado com proveito como uma peça isolada, pois é de âmbito de abordagem, tanto ao tema quanto aos objetivos, diverso dos que o precederam. As aulas serão voltadas especialmente para os estudantes de História, Teologia e Ciências da Religião, mas também terei grande alegria em acolher todos os demais interessados em ouvir e conversar a respeito deste assunto.

Peço que aqueles que se interessem pelo curso inscrevam-se o quanto antes nele, de modo que possamos formar uma turma com um quórum mínimo que viabilize a efetiva realização do curso... Solicito também aos amigos, colegas e conhecidos que ajudema divulgar a proposta do curso em suas redes de contatos, visando alcançar especialmente os potenciais interessados na proposta.

*

Título: O Profeta do Islã através de lentes ocidentais

Formato: minicurso (4 aulas, totalizando 8 horas/aula).

Ementa: Uma das razões dos desencontros mais graves entre muçulmanos e cristãos foi a gradual descoberta por parte do mundo islâmico de uma longa tradição ocidental de desprezo e hostilidade por seu Profeta, tão enraizada que ainda afeta as análises midiáticas e as atitudes políticas em relação aos indivíduos e coletividades muçulmanos no período pós-colonial. Por outro lado, uma série de estudiosos contemporâneos tentou aumentar a compreensão ocidental do islamismo propondo uma revisão de suas ideias tradicionais sobre Muhammad (mais conhecido entre nós pela latinização Maomé). Isso considerado, o objetivo deste curso é retomar algumas destas reflexões com o fim de perceber a historicidade das diversas narrativas sobre o Profeta do Islã, e, indiretamente, de ajudar na composição de uma imagem mais equilibrada deste religioso cujas palavras e atitudes, mudando o mundo de sua época, continuam a ter importância fundamental para a compreensão da contemporaneidade.

Programa:

1. O outro temível e terrível: a tradição medieval e moderna.
2. Místico e estadista: Rousseau, Napoleão, Carlyle, Armstrong
3. Ceticismo aplicado: a questão da busca pelo Muhammad histórico
4. Profeta para os filhos de Abraão: Postel, Massignon, Watt, Küng

Quando: 20 e 27 de outubro e 3 e 10 de novembro (terças-feiras), das 19h às 21h. (Será emitido certificado para os alunos que frequentarem 75% das aulas)

Onde: Centro Cultural João XXIII, Rua Bambina, n. 115, Botafogo - Rio de Janeiro / RJ (mapinha: http://migre.me/rGiMG. O local fica bem próximo à estação do metrô e há estacionamento gratuito para os alunos)

Investimento: R$ 140,00 (para se inscrever é necessário preencher ficha disponível em http://migre.me/rGirx, ou mandar um e-mail para scursosloyola@puc-rio.br, informando nome, RG, telefone e o curso do qual deseja participar, e solicitando o boleto bancário para pagamento da taxa. Mais informações podem ser obtidas entrando em contato nos telefones [21] 3527-2011 ou [21] 99479-1442, ou por mensagem inbox para o https://www.facebook.com/centroloyolapucrio)

Página oficial do curso: http://migre.me/rGivg


*





quinta-feira, 9 de abril de 2015

Comunicação na 3ª Jornada de Antropologia da Devoção: Devoção e circulação de relíquias no Facebook: mapeamento inicial

Imagem extraída de http://migre.me/ppaJi

No dia 13 de abril, segunda-feira, irá ocorrer a 3ª Jornada de Antropologia da Devoção, realizada no Museu Nacional do Rio de Janeiro por iniciativa da coordenação e dos pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Antropologia da Devoção (GPAD), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da mesma instituição (PPGAS-MN/UFRJ). O evento será constituído por apresentações de trabalhos de pesquisadores do dito grupo de pesquisa, divididos em quatro mesas (a programação completa e os resumos das comunicações estão disponíveis em http://migre.me/pp8RI). Na primeira destas sessões, intitulada Devoção, pessoas e coisas, a ser realizada logo após a abertura da Jornada, no intervalo das 9h30 às 11h, lerei o trabalho "Devoção e circulação de relíquias no Facebook: mapeamento inicial", primeira apresentação de material referente ao projeto "Comércio, autenticidade e devoção: a circulação de relíquias de santos católicos no e-commerce", investigação que estou realizando como recém-ingresso pesquisador do GPAD e cujo desenvolvimento iniciou-se ainda no começo deste ano.

Apresento a seguir o resumo desta minha comunicação e convido todos os interessados em antropologia, história e ciências da religião a participarem desta 3ª Jornada de Antropologia da Devoção. A inscrição prévia não é necessária, e a atividade é gratuita.

*

Título: Devoção e circulação de relíquias no Facebook: mapeamento inicial

Resumo: O culto e a circulação das relíquias de santos católicos têm sido tradicionalmente tratados pela historiografia – e principalmente pela historiografia de origem confessional – como um atavismo pré-cristão ou como um anacronismo do âmbito devocional. A demanda contemporânea por este tipo de objeto, entretanto, borra a verossimilhança deste tratamento e faz com que seja necessário repensar o culto e a circulação das relíquias dos santos católicos para além das definições já sedimentadas; não mobilizando um aparato analítico que se propõe prescindir das categorias nativas envolvidas em sua definição e dinâmica, mas realizando uma abordagem que efetivamente as leve a sério. Como contribuição neste sentido, pretende-se apresentar um primeiro mapeamento do vocabulário e das interações implicadas em um conjunto de grupos e páginas do Facebook organizados e movimentados em idioma português para fomentar a devoção e viabilizar a circulação destas relíquias entre seus membros. Pretende-se com isso também esboçar um perfil inicial dos sujeitos envolvidos na apropriação online deste tipo de objeto.

Formato: comunicação oral

Quando: 13/04 (segunda-feira), das 9h30 às 11h

Onde: Auditório Roquette Pinto, Museu Nacional do Rio de Janeiro, Quinta da Boa Vista, São Cristóvão - Rio de Janeiro / RJ


Investimento: atividade gratuita (não requer inscrição prévia)


*



quarta-feira, 1 de abril de 2015

Artigo publicado no site do Centro Loyola de Fé e Cultura: Jesus de Nazaré como ponte entre cristãos e muçulmanos

Imagem extraída de http://migre.me/pgy18

Nos dias 12, 19 e 26 de março, ministrei no Centro Cultural João XXIII o minicurso Jesus de Nazaré no Islã, realizado por iniciativa e intermédio do Centro Loyola de Fé e Cultura da PUC-Rio. (Mais detalhes sobre o minicurso em http://migre.me/pgs6u). Para o novo site deste núcleo, pediram que escrevesse um textinho que sintetizasse as ideias que me levaram a montar o minicurso e a me deter no estudo das questões nele abordadas. Não sei se ele ficou exatamente bom, mas, enfim, serviu para resumir e esclarecer algumas ideias, antes do mais para eu mesmo. Como o texto publicado no site acabou ficando um pouco mutilado em função de algumas dificuldades técnicas que surgiram no processo de colocá-lo online, compartilho aqui uma versão dele que considero mais inteira e talvez mais legível.

*

Título: Jesus de Nazaré como ponte entre cristãos e muçulmanos

Formato: online (disponível em http://migre.me/pgydl)

Investimento: acesso aberto

sábado, 28 de março de 2015

Comunicação no Vertentes do fantástico no Brasil: tendências da ficção e da crítica (SEPEL/UERJ): Ambiguidades do catolicismo no gótico americano: Ar frio (1926) e O assombro nas trevas (1935), de H. P. Lovecraft


Nos dias 30 de março a 1º de abril, segunda a quarta-feira da próxima semana, irá ocorrer na Universidade do Estado do Rio de Janeiro o Vertentes do fantástico no Brasil: tendências da ficção e da crítica, evento que reúne em seu âmbito o VI Encontro Nacional O insólito como questão na narrativa ficcional e o XIV Painel de reflexões sobre o insólito na narrativa ficcional. O evento, realizado pelo Seminário Permanente de Estudos Literários da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, contará, entre conferências, grupos de trabalhos e sessões de comunicações livres, com a reunião de dois Simpósios Temáticos promovidos pelo Grupo de Pesquisa Estudos do Gótico: o As faces do gótico do Brasil (ST1) e o As faces do gótico no mundo (ST2). No âmbito deste segundo, apresentarei na sessão de comunicações a ser realizada na segunda-feira, dia 30/03, das 13h às 15h, o trabalho Ambiguidades do catolicismo no gótico americano: Ar frio (1926) e Assombro nas trevas (1935), de H. P. Lovecraft, cujo resumo apresento a seguir.

A programação e caderno de resumos do evento encontram-se disponíveis em http://migre.me/pcB4w. Para os que se interessam pelo tema e precisam de certificado, as inscrições como ouvintes podem ser feitas no correr do próprio encontro, que é talvez o maior painel nacional do que vem sendo realizado neste campo de estudos. Se alguém se interessa pelo tema, mas não precisa do certificado, bem, então simplesmente sê bem-vindo por lá.

*

Título: Ambiguidades do catolicismo no gótico americano: Ar frio (1926) e O assombro nas trevas (1935), de H. P. Lovecraft

Resumo: Entre outras coisas, o romance gótico surgiu e lançou fortes raízes no ambiente criado pela propaganda anticatólica nos países reformados do Norte da Europa, supondo desde os seus primeiros exemplares uma representação hierarquizada que situa o temível nos tempos (a Idade Média), espaços (a Espanha, a Itália, a Europa Oriental) e instituições (o castelo feudal, o mosteiro, a inquisição) associados no imaginário moderno à Igreja Romana. Tal traço constitutivo desse tipo de literatura desenvolveu-se de modo muito particular nos EUA, onde a ele se somou na segunda metade do século XIX e na primeira do XX a identificação do católico com a figura do imigrante irlandês ou mediterrânico. Isso não quer dizer que, em sua continuidade, a representação do catolicismo na literatura gótica não se tornasse eventualmente mais ou menos ambígua. A partir de tais considerações preliminares, o objetivo deste trabalho é tecer uma reflexão sobre a representação das devoções e instituições católicas na obra de Howard Phillips Lovecraft (1890-1937), que, ao criar sua mitologia de horror cósmico, foi um importante leitor e recriador do gênero gótico. Para tanto, irá se tomar como objetos de análise dois de seus contos, Ar frio (1926) e O assombro nas trevas (1935), propondo como um possível contexto de leitura para estas peças o contato de Lovecraft com o romance O fauno de mármore (1860), a estória italiana de Nathaniel Hawthorne. Com isto se quer fazer uma pequena contribuição ao campo de pesquisa aberto pelo debate entre S. T. Joshi e Robert M. Price a respeito do papel da religião na obra de Lovecraft, um pouco ao modo do estudo exploratório de Ian Almond sobre a representação do Islã nos escritos desse autor.

Formato: comunicação oral

Quando: 30/03 (segunda-feira), das 13h às 15h

Onde: Sala 4, bloco D, UERJ, s.n., Maracanã - Rio de Janeiro / RJ

Investimento: atividade gratuita (requer inscrição como ouvinte e pagamento de taxa correspondente para os que desejarem participar de outras atividades do evento)

quarta-feira, 11 de março de 2015

Minicurso na 1ª Semana de História (UVA): Introdução aos antigos cristianismos africanos


Nos dias 17 a 19 de março acontecerá a 1ª Semana de História da Universidade Veiga de Almeida (UVA), no Campus Tijuca dessa instituição. No âmbito deste evento, oferecerei nas manhãs dos dias 18 e 19, quarta e quinta-feira, o minicurso Introdução aos antigos cristianismos africanos. A inscrição para assistir a essas aulas pode ser feita previamente, por contato depósito bancário e contato por e-mail, ou no local, a um custo de R$ 10 para alunos ou ex-alunos da UVA e de R$ 20 para ouvintes externos. As aulas ocorrerão nos dois dias das 9h30 às 12h30 e será concedido certificado de participação àqueles que estiverem presente em ao menos 75% da exposição.

A programação completa do evento pode ser consultada em http://migre.me/oYlIb, e sua página no Facebook é http://migre.me/oYlJc.

*

Título: Introdução aos antigos cristianismos africanos

Formato: minicurso (2 aulas, totalizando 6 horas/aula)

Proposta: A ideia de uma contraposição dura entre cristianismo e religiões de matriz africana surge, entre outras coisas, de dois pressupostos conexos e historicamente equivocados. O primeiro é o mito de que a religião cristã é pouca coisa mais do que um apêndice ou aparelho ideológico da dominação europeia. O segundo é o de que a expansão ou retração do cristianismo estão intrinsecamente vinculadas à sorte das culturas do Ocidente. Este enquadramento, contudo, distorce amplamente o padrão histórico de crescimento deste movimento religioso ao longo do tempo, principalmente caso se considere o primeiro milênio de sua existência. Ele pode ser dissipado, por exemplo, caso se considere as histórias das antigas igrejas autóctones do território africano, que durante séculos disputaram a preeminência do mundo cristão com as comunidades eclesiásticas da Ásia e da Europa. O objetivo deste curso é fazer uma abordagem sinóptica e introdutória destas experiências religiosas africanas, com a explícita pretensão de borrar alguns dos lugares comuns muito enraizados sobre a história do cristianismo e a história da África.

Programa:

1. “Do Egito chamei o meu filho”: a Igreja Copta e a formação do mundo cristão
2. “A Etiópia cedo estenderá suas mãos para Deus”: a Igreja Etíope e a disputa pela herança israelita
3. “Porquanto tinha casado com uma mulher cusita”: cristãos e muçulmanos no Corredor da África

Quando: dias 18 e 19 de março (quarta e quinta-feira), das 9h30 às 12h30.

Onde: Campus Tijuca da Universidade Veiga de Almeida, Rua Ibituruna, n. 108, Tijuca - Rio de Janeiro / RJ (mapinha: http://migre.me/oYlBl. Ps. O local fica bem próximo à Estação São Cristóvão do Metrô).

Investimento: R$ 10 para alunos e ex-alunos da UVA / R$ 20 para ouvintes externos (a inscrição pode ser feita no local, no credenciamento da Semana de História da UVA, antes do início do curso, ou através de depósito bancário e contato por e-mail, de acordo com instruções constantes em http://migre.me/oYlvS)


*

Atualização: Correu tudo bem no minicurso e foi surpreendente (principalmente para mim) ver o quanto de gente se dispôs a passar duas manhãs do meio da semana tratando de saber algo a respeito das antigas experiências cristãs africanas. Espero ter colocado um monte de perguntas na cabeça de todo o povo gentil, paciente e atencioso que apareceu por lá para conversar comigo. No mais, segue o link para o programa e as referências bibliográficas do minicurso, http://migre.me/p77fZ, assim como uma foto do grupo que resistiu comigo na UVA até às 13h de quinta-feira passada.

terça-feira, 3 de março de 2015

Comunicação na 1ª Jornada de Psicologia Social (UNIABEU): Linha, novelo e leque: algumas sinuosidades no relacionamento entre história e memória


Nos dias 16 e 17 de outubro de 2014, o Departamento de Psicologia da Associação Brasileira de Ensino Universitário - Faculdades Integradas (DP/UNIABEU), realizou no seu campus-sede, em Belford Roxo / RJ, a primeira edição de suas Jornada Integradas de Psicologia Social. No dia 16, realizou-se neste âmbito a 1ª Jornada de Psicologia Social, que teve como tema "Memórias, culturas, diversidades" e, pela manhã, a mesa multidisciplinar "O que é memória? O que significa lembrar? O que é esquecer?" Graças ao gentil convite do Prof. Me. Diogo de Souza Nunes, professor da casa, tive a alegria de poder participar dessa mesa, na qual proferi a comunicação que compartilho a seguir. Imagino não ter feito feio representando o olhar particular dos historiadores a respeito da temática posta sob discussão, e fico feliz por ter então estabelecido um interessante diálogo com colegas vindos da Psicologia Social e de outras áreas das Humanidades.

*

Título: Linha, novelo e leque: algumas sinuosidades no relacionamento entre história e memória

Formato: online (disponível em http://migre.me/oRvY1)

Investimento: acesso aberto

*


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Projeto de pesquisa para o doutorado: Os dois primeiros séculos de interações cristão-muçulmanas na História do Patriarcado Copta de Alexandria de Severo de Hermópolis



Fazer o Mestrado em História significou muitas coisas para mim, mas não uma experiência pessoal extraordinariamente positiva. Uma parte considerável disso se deveu ao fato de eu ter investido demasiado tempo e recursos pessoais em um tema que, como estava claro para todo mundo, e em alguma medida também para mim, não era exatamente a "minha praia".

Terminado o compromisso de pesquisa do qual a confecção do mestrado fazia parte, portanto, resolvi redirecionar meus esforços como historiador para algo que me desse não apenas possibilidade de inserção profissional, mas, antes disso, satisfação pessoal e um sentido de preenchimento vocacional. Durante muitos meses eu li, conversei com pessoas, hesitei, rezei e virei noites em claro pensando a respeito. Em algum momento do começo de maio, decidi que realmente iria dedicar meus próximos anos ao trabalho com história das religiões, com ênfase na história do relacionamento entre cristianismo e islamismo. Nos primeiros dias de agosto, já sabia que não trabalharia com nenhuma experiência cristã que me fosse particularmente próxima, católica ou reformada. No fim de agosto, em uma epifania, encontrei por acaso uma documentação, disponível a um clique, que me selou o destino. Desde então passei a ler e a esboçar alguns textos sobre os primeiros séculos das interações entre a Igreja Copta e o Islã.

Com um rascunho de projeto de pesquisa de tamanho considerável, procurei por interlocutores que o lessem e ajudassem no meu direcionamento... Cheguei enfim até a sala do Prof. Dr. Edgard Leite, que me acolheu amistosamente, com muito entusiasmo e boas palavras, olhando com bons olhos a possibilidade de vir a ser meu futuro orientador. Seguindo suas indicações e as de alguns outros conhecidos muito queridos - entre os quais destaco o Prof. Dr. Ricardo Mário Gonçalves, de comentários muito argutos, e o Prof. Me. Diogo de Souza Nunes, amigo muito querido - conclui a redação do projeto e me inscrevi no processo seletivo para o Doutorado em História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGH/UERJ).

As sondagens preliminares que realizei no processo de formulação desse projeto provaram-me que havia, no máximo, muitíssimo pouco produzido a respeito do cristianismo copta na academia brasileira. Quando comecei a esboçar minha questão historiográfica, imaginava ingressar em uma província do saber fechada de modo quase hermético, na qual não poderia ter maiores sobressaltos... De fato, então eu não imaginava realmente a sério que ingressaria no Doutorado, ainda mais com um tema desses, que muitas pessoas bem intencionadas me advertiam ser "especialmente desinteressante no nosso contexto"... Mas ingressei. Não apenas passei no processo seletivo, mas nele fiquei muito bem posicionado. Também não imaginava, nem em meus sonhos mais exóticos, que fosse haver algum interesse nesse assunto para fora do quase estrito círculo dos especialistas... Mas a história, para o bem e para o mal, sempre supera as previsões e as contingências dos historiadores, e assisto agora, estupefato, com uma sensação ainda ambígua, o tema que escolhi - ou que me escolheu - tornar-se, mesmo na mídia de massa, vivo e ardente diante de meus olhos...

Como muitos foram os colegas, alunos e ex-alunos que pediram para ler o meu projeto, agora, devidamente matriculado no doutorado, tenho alegria em compartilhá-lo também aqui. Aguardo ansioso observações, sugestões e críticas, e ficaria muito feliz se sua publicação fosse ensejo para o debate e para o surgimento de outros pesquisas a respeito do mesmo assunto.

*

Título: Os dois primeiros séculos de interações cristão-muçulmanas na História do Patriarcado Copta de Alexandria de Severo de Hermópolis

Formato: online (disponível em https://tinyurl.com/gwb7x8d)

Investimento: acesso aberto

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Minicurso no Centro Loyola de Fé e Cultura: Jesus de Nazaré no Islã

Jesus, aureolado como um profeta, ornado com uma barba de sábio e acompanhado por seus discípulos, é abordado por dois homens que pedem o perdão de seus pecados. Miniatura constante da fl. 136b de cópia do Kullīyāt-i Saʿdī (1292 a.D. / 691 a.H.) de Musharrif al-Dīn ibn Muṣliḥ Saʿdī Shīrāzī, concluída em Shiraz, Pérsia, no ano de 1527 a.D. / 934 a.H. (Extraída de http://tinyurl.com/nazf5mp. Imagem editada).

Nos dias 12, 19 e 26 de março próximo, três quintas-feiras, das 19 às 21h, eu terei a honra e a alegria de oferecer por iniciativa do Centro Loyola de Fé e Cultura da PUC-Rio um curso a respeito da figura de Jesus de Nazaré no Islã.

Nesta ocasião, pretendo fazer uma exposição sintética de como Jesus é apresentado na religião islâmica, usando como referência a leitura do Corão e de compilações de ditos e feitos de Jesus recolhidos na literatura ascética e devocional muçulmana. Também pretendo discutir um pouco a respeito das possíveis fontes dessa imagem, e qual foi o seu papel no processo de interação entre cristãos e muçulmanos naquele período inicial, fundador, que se estendeu desde o surgimento do Islã até o fim do primeiro milênio depois de Cristo. No horizonte disso tudo, repousa o desejo de procurar compreender um pouco mais o papel que Jesus de Nazaré tem simultaneamente como traço de distinção e de aproximação das tradições cristã e islâmica.

As aulas serão voltadas especialmente para os estudantes de história e teologia, mas também terei grande alegria em acolher todos os interessados em ouvir e conversar a respeito deste tema.

Peço que os eventuais interessados se inscrevam o quanto antes, de modo que possamos formar uma turma com um quórum mínimo que garanta a efetiva realização do curso... Solicito também a todos os amigos, colegas e conhecidos que ajudem a divulgar a proposta do curso em suas redes de contatos, visando alcançar especialmente os potenciais interessados no tema.

*

Título: Jesus de Nazaré no Islã

Formato: minicurso (3 aulas, totalizando 6 horas/aula)

Ementa: Apresentação introdutória da figura de Jesus de Nazaré no Corão e na tradição islâmica, com ênfase especial para seu papel no processo de interação entre cristãos e muçulmanos no último terço do primeiro milênio da era cristã.

Objetivo: Jesus de Nazaré é um personagem eminente no Corão, na espiritualidade, na escatologia e no folclore islâmicos, que o consideram como profeta, atribuindo-lhe os títulos de Messias e Palavra de Deus, mas negando que seja Deus ou Filho de Deus, ou que tenha sofrido a morte na cruz. As principais fontes de informação a seu respeito no interior da tradição islâmica são as menções que lhe são feitas no Corão e as parábolas, ditos e feitos que se lhe atribuem em várias obras de exegese, jurisprudência e história produzidas em contextos muçulmanos. Este curso objetiva fazer uma apresentação sinóptica de como Jesus é figurado no Islã, perguntando-se sobre as fontes desta imagem e sobre o seu papel no processo inicial de interação entre cristãos e muçulmanos.

Programa:

1. A cristologia corânica
2. Estórias, ditos e parábolas islâmicas sobre Jesus
3. Possíveis fontes cristãs do Jesus muçulmano

Quando: dias 12, 19 e 26 de março (quintas-feiras), das 19 às 21h

Onde: Centro Cultural João XXIII, Rua Bambina, n. 115, Botafogo - Rio de Janeiro / RJ (mapinha: http://tinyurl.com/k2pqmh6. Ps. O local fica bem próximo à estação do metrô)

Investimento: R$ 110,00 (para se inscrever é necessário mandar um e-mail para scursosloyola@puc-rio.br, informando nome, RG, telefone e o curso do qual deseja participar, e solicitando o boleto bancário para pagamento da taxa. Mais informações podem ser obtidas entrando em contato nos telefones [21] 3527-2011 ou [21] 99479-1442, ou por mensagem inbox para o https://www.facebook.com/centroloyolapucrio)


*

Atualização: o minicurso sobre Jesus de Nazaré no Islã começou com uma série de probleminhas, evidentemente externos ao Centro Loyola, que é um dos melhores lugares de se trabalhar com ensino pelo qual eu já tive o grande prazer de passar, mas tudo felizmente correu muito bem nos três dias de sua realização. Pude contar com uma turma formada por pessoas de origens, formações e interesses bastante variados, que transformaram as aulas em verdadeiros laboratórios de ensino-aprendizagem. Sensação muito boa de ter conseguido executar isso a bom termo! No mais, segue o link para o programa e as referências bibliográficas do minicurso, http://migre.me/pdl7J, assim como uma foto do grupo que resistiu comigo no Centro Cultural João XXIII até às 20h de quinta-feira passada.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Artigo publicado na Revista História Agora: Dom Fernando Lugo Méndez, SVD, ex-bispo emérito de São Pedro e presidente da República do Paraguai

Fernando Lugo enquanto presidente do Paraguai. (Extraída de http://migre.me/okGP8)

É impressionante como alguns textos envelhecem rápido - e nem sempre bem. No primeiro semestre de 2008, eu era um aluno da graduação em História na PUC-Rio, tateando em busca de um tema de pesquisa para me apaixonar. Já tinha inclinações fortes pelo campo da história das religiões, mas não havia me decidido a respeito do quê exatamente iria explorar dentro dele. Um então colega de turma disse-me que eu deveria escrever sobre Lugo Méndez, um bispo católico que havia sido eleito há muito pouco tempo como Presidente do Paraguai, à revelia das normas do Vaticano e da Constituição de seu país. Aceitei a proposta e elaborei um trabalho de disciplina a respeito do tema. A professora responsável pela cadeira na qual o apresentei disse-me que eu deveria procurar publicá-lo. Aceitei a provocação e procurei uma maneira de fazê-lo.

O resultado foi um estranhíssimo exercício de história do tempo presente, vazado em um enquadramento teórico muito conservador, na qual se misturaram como arcabouço elementos da antropologia de Victor Turner e da teoria das relações entre experiência e literatura de Jorge Luis Borges. A ideia era dimensionar a militância política que levou Lugo à presidência a partir de sua base religiosa, descrevendo-a contra o plano de fundo das seculares relações entre clero católico e política institucional na América Latina, mas consegui realizar apenas uma descrição muito mais maniqueísta, na qual se confrontavam dois modelos de cristianismo: um cristianismo dos pobres, quase revolucionário, que eu conhecia de ouvir dizer da minha formação católica em uma região que, a seu tempo, absorveu alguns elementos da reflexão da Teologia da Libertação; e um cristianismo da preservação do status quo, mais político do que politizado, fortemente institucional, que era o avesso semi-oculto, mas onipresente, de toda a minha experiência do catolicismo. Da preocupação com esse segundo modelo de Igreja, segui até Eusébio de Cesareia, objeto de minha monografia de fim de graduação... Mas então já se trata de um outro estágio, descontínuo com o anterior, de minhas preocupações acadêmicas.

O artigo cujo link segue adiante, além do mais, foi superado pela própria história em curso. Em 2008 conclui este paper indicando que na figura do bispo e presidente Lugo poderia se gestar uma nova e construtiva síntese entre a atuação política e o imaginário católico latino-americano. Não foi o que aconteceu. Ou aconteceu de uma maneira muito diversa do quê eu poderia supor, com desdobramentos que me eram de todo insuspeitos. Em 2009 começaram a surgir relatos a respeito dos filhos de Lugo, concebidos enquanto ainda era sacerdote católico em exercício. Sua autoridade política, de fundo religioso - conforme argumentei em meu texto - foi ostensivamente minada pela imprensa paraguaia e internacional através da crescente ênfase nestas provas de sua infidelidade aos seus votos religiosos. A partir do momento em que admitiu uma série de relacionamentos maritais, as opiniões da base popular que havia possibilitado a eleição de Lugo à presidência começaram a se dividir mais e mais. Em junho de 2012, ele foi destituído de seu cargo pelo senado através de uma votação rápida e decisiva, na qual foi considerado culpado por "mau desempenho" enquanto presidente do Paraguai. Considerando-se vítima de um golpe, não de um impeachment, Lugo chegou a constituir um governo paralelo, que batizou de Gabinete da Restauração da Democracia, com sede em sua própria casa, em Lambaré, localidade nos arredores de Assunção. Em outro plano, políticos aliados do ex-presidente trabalharam para reverter o quatro político e garantir que Lugo reassumisse o poder executivo e concluísse o mandato presidencial. Nenhuma destas iniciativas teve sucesso: o Gabinete de Lugo foi dissolvido e o assunto de sua retomada do mandato foi dado oficialmente por encerrado. Mesmo se recusando a reconhecer a autoridade do governo constituído, Lugo foi eleito senador durante as eleições gerais de 2013, ocupando agora uma cadeira no senado e atuando pelas vias políticas costumeiras.

Em 2009, quando dos relatos de paternidade, e em 2013, quando de sua deposição, eu pensei mais de uma vez em retomar o paper publicado em 2008 e adicionar-lhe um longo post scriptum, ou talvez refundi-lo inteiramente... Decidi esperar uma e outra vez. Seria necessário escrever um novo artigo a partir dos restos do anterior. Não havendo emenda possível, o texto dado a público permanece testemunho de meu interesse e entusiasmo, de meu tatear pelo tema ao calor do momento em que ele emergia na imprensa e na pena dos analistas políticos. Espero retomar o assunto para uma reavaliação, mas apenas daqui a, talvez, uma década ou uma década e meia. O rico campo dos estudos da história do tempo presente, compreendidos em sentido estrito, é um lugar onde, agora, eu não me sinto mais exatamente confortável para semear minhas ideias.

*

Título: Dom Fernando Lugo Méndez, SVD, ex-bispo emérito de São Pedro e presidente da República do Paraguai

Resumo: Primeiro bispo católico a chegar ao cargo máximo do poder executivo em uma democracia, o que criou problemas jurídicos inéditos quanto à sua situação canônica, Fernando Lugo Méndez foi eleito Presidente do Paraguai por uma ampla coalizão de partidos como alternativa às forças políticas tradicionais até então aí hegemônicas, o que representa um importante marco na consolidação do regime democrático deste país. Levado à militância partidária por motivações de base religiosa, o ex-sacerdote verbita, excomungado pelo Vaticano por seu envolvimento com a política institucional, se insere em uma tradição mais ampla de religiosos católicos que foram e são importantes atores sociais e centros simbólicos de ativismo no cenário cultural latino-americano e pode ser adequadamente dimensionado sobre o pano de fundo de um duradouro e multifacetado debate sobre a relação entre catolicismo e política no continente. 

Formato: online (disponível em http://migre.me/okGdI)

Investimento: acesso aberto

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Resenha publicada na Revista Sæculum: Cinzas que queimam. Resenha de: Jenkins, Philip. Guerra Santas... (2013)


Foi publicada uma resenha de minha autoria na edição de janeiro a junho de 2014 da Sæculum, revista acadêmica do Departamento de História da Universidade Federal da Paraíba (DH/UFPB). Trata-se de uma apresentação crítica do livro Guerra Santas, de Philip Jenkins, traduzido para o português por Carlos Szlak e publicado no Rio de Janeiro em 2013 pela LeYa Brasil. (Parte do livro está disponível - com uma formatação bastante estranha, mas disponível em http://migre.me/ohSEt). Infelizmente a editoração deste número da Sæculum, que veio à público em dezembro de 2014, deixou escapar alguns errinhos na revisão do texto (e criou alguns outros que não constavam na versão original que lhes enviei), de modo que, na versão da resenha que disponibilizei no meu perfil no Academia.edu (link adiante) eu acrescentei uma pequena errata depois da página final.

*

Título: Cinzas que queimam

Volume resenhado: Jenkins, Philip. Guerras santas: como quatro patriarcas, três rainhas e dois imperadores decidiram em que os cristãos acreditariam pelos próximos mil e quinhentos anos. Tradução de Carlos Szlak. Rio de Janeiro: LeYa, 2013.

Formato: online (disponível - versão com a errata - em http://migre.me/ohSOw)

Investimento: acesso aberto

domingo, 18 de janeiro de 2015

Curso de Férias na Igreja do Nazareno em Vila Emil: Cristianismos Orientais: uma introdução à história das Antigas Igrejas Apostólicas (séculos I ao VII)

Prelados das Igrejas Síria Ortodoxa, Copta e Armênia abençoam a assembleia reunida ao fim da liturgia.
Igreja Ortodoxa Armênia, Nova Jersey, EUA, 2012. (Extraída de http://migre.me/obA5a).

O recesso que fiz da semana antes do Natal passado ao começo desta que acabou há pouco foi marcado por dificuldades de comunicação maiores do que imaginei. Primeiro, estive na casa dos meus pais, em uma cidade onde o sinal da internet é péssimo. Depois fiquei um certo período sem computador, cuidando da rotina online apenas pelo celular. E eu não sei atualizar um blog por aquele tipo de aparelho...

Daí eu não ter feito a adequada divulgação por aqui da nova edição do curso sobre história dos cristianismos orientais que Lucas Paiva e eu estamos oferecendo nesta segunda quinzena de janeiro em Mesquita, na Igreja do Nazareno de Vila Emil. Trata-se de uma reedição algo melhorada do curso de férias que oferecemos nos meses de janeiro e julho de 2015 na Faculdade Evangélica das Assembleias de Deus (FAECAD). Por convite do Pr. Alisson Magalhães, responsável pela área de educação dessa comunidade, retiramos o curso do ambiente acadêmico e o estamos oferecendo aos interessados em geral.

O primeiro dia deste curso, sábado passado, dia 17 de janeiro, foi extraordinário. A aula ficou a cargo do Prof. Lucas, que tratou da virada constantiniana, dos primeiros grandes Concílios Ecumênicos e da formação e particularidades da teologia e da liturgia das Igrejas Bizantinas. Fui positivamente surpreendido ao lá encontrar uma turma bem disposta e perspicaz, que transformou a aula em um intenso debate e propôs uma série de questões bastante pertinentes para discussão.

No dia 31 de janeiro, também um sábado, a aula estará a meu critério. Na parte da manhã, tratarei das antigas comunidades apostólicas da Síria Oriental, da Pérsia, da Armênia e da Índia. A parte da tarde será inteiramente dedicada a uma exposição sobres as Igrejas Etíope e Copta, que são o tema de minha pesquisa de doutorado. Eventuais interessados que estejam por perto no dia e queiram aparecer, sintam-se à vontade para se chegar por lá para conversar conosco sobre estes temas. Vocês serão muito bem-vindos.

*

Título: Cristianismos Orientais: uma introdução à história das Antigas Igrejas Apostólicas (séculos I ao VII)

Formato: curso de férias (2 aulas em período integral, totalizando 12 horas/aula)

Ementa: Abordagem sinóptica a respeito das especificidades históricas e das principais questões teológicas que marcaram as trajetórias das comunidades cristãs da Europa Oriental, da Ásia e da África desde a pregação dos apóstolos até às vésperas do surgimento do Islã. Para fazê-lo de forma adequada, dar-se-á especial atenção às questões da diversidade dessas igrejas do período tardo-antigo e medieval e à historicidade dos debates realizados neste âmbito sobre a natureza divina. Assim sendo, de modo mais geral, também objetiva-se mostrar qual seu valor e importância para o cristianismo mundial de hoje, e o que podemos aprender com essas experiências cristãs diversas da ocidental.

Quando: 17/01 e 31/01 (sábados), das 9 às 17h 

Onde: Igreja do Nazareno em Vila Emil, Rua Rakel Rechuem, n. 38, Vila Emil - Mesquita / RJ. (Referência: próximo ao Centro Educacional Rakel Rechuem. Mapinha: http://migre.me/obzKf)

Investimento: R$ 35,00 por aula (para se inscrever é necessário mandar um e-mail para pralisson.magalhaes@hotmail.com. Novas inscrições também podem ser feitas no local, 15min antes do início da exposição)


*